Estudantes participam de trilha no campus de Xerém.
A ideia de promover a visita dos alunos ao Inmetro passa, também, pela confiança de que o aprendizado é cíclico e que a presença dos estudantes inspira e afeta positivamente quem trabalha no campus. “A educação ambiental é multidirecional, ‘multiesfera’”, afirmou Claudia Faria, que também está à frente das ações de educação ambiental.
Para 2019, a ideia é tentar articular as ações previamente com o planejamento anual das escolas, promovendo iniciativas cada vez mais consistentes e alinhadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. “Queremos que o Inmetro seja o articulador entre as escolas da região, para incentivarmos os alunos a refletirem sobre a realidade local. Queremos criar pontes em torno de um tema unificador comum”, explicou Claudia.
Grupo de alunos participa das ações de educação ambiental promovidas pelo Inmetro
Os ODS, desdobrados em 169 metas, compõem a chamada Agenda 2030 da ONU. Trata-se de um plano de ação para erradicar a pobreza e promover a vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. A ideia é que pessoas, países e instituições envolvam-se com os objetivos de acordo com suas próprias prioridades e estabeleçam uma parceria global pelo desenvolvimento sustentável.
As ações de plantio e de recuperação de áreas degradadas, por exemplo, estão ligadas aos ODS 15 (Vida Terrestre), 6 (Água Potável e Saneamento) e 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima). Mas outras atividades do Inmetro também podem contribuir para o atingimento de objetivos como o de construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação (ODS 9) e assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis (ODS 12).
Diversidade
A riqueza de espécies animais e vegetais no campus de Xerém é um recurso que merece – e precisa – ser preservado. Um casal de tucanos é presença frequente por lá, mas também é comum avistar quero-queros, maritacas, gaviões, corujas, entre outras espécies. No ano passado, o Inmetro lançou a publicação As aves do campus, que reúne 73 fotos tiradas pelo servidor Luis Roberto Meireles de Oliveira, entre 2007 e 2014.
Quanto mais preservada a vegetação, mais variadas as espécies que podem ser vistas. “A gente tenta manter a área verde, em um projeto de melhoria do trânsito dos animais, e espécies que a gente não via mais no campus estão voltando”, contou Amário Cesar de Souza, o Marinho, que desde 2013 compõe a equipe de manutenção de áreas externas do campus.
Para muitos estudantes, é a primeira vez que têm a oportunidade de participar de um plantio
Para ele, os plantios no campus servem como um meio de aproximação entre as pessoas e o meio ambiente. “Com a urbanização, nós acabamos esquecendo do meio ambiente, ele deixa de fazer parte do nosso dia a dia e nós esquecemos a importância da conservação. As ações de plantio induzem as crianças a tomarem paixão pela prática ambiental”, opinou
Gelson Luis Santana, que também faz parte da equipe que cuida da manutenção das áreas externas do campus, é um grande interessado nas ações de preservação do meio ambiente. Mas, essa proximidade com o tema é recente. “Antes, eu não tinha entendimento do que era gostar e preservar a natureza e não sabia da necessidade do reflorestamento até mesmo para preservar as nascentes dos rios”, contou.
Morador de uma área próxima ao Inmetro e à reserva do Tinguá, ele alerta sobre o baixo conhecimento da população sobre a importância da preservação ambiental. “Onde moro, a minoria dos moradores se preocupa com o desmatamento e eles não têm força para agir. Gostaria que chamassem a escola de lá para participar do projeto”, disse. Quer saber mais sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? Clique aqui. |