Edição 7 - novembro de 2017

3 perguntas para
CAROLINE IMAI, da Cogep

Neste ano o Sesao retomou o Programa de Preparação para Aposentadoria. Como foi a avaliação dos participantes e da equipe organizadora sobre o programa?

O Programa Novos Caminhos – Preparação para a aposentadoria foi lançado em 2014. Este ano, conseguimos retomá-lo, organizando turmas em Xerém e no Rio Comprido. Para isso, o primeiro passo foi uma revisão da metodologia, a qual foi validada em grupos de encontro formados com o publico alvo. A partir daí, as inscrições começaram a chegar, sendo que o boca a boca foi muito importante e a procura por vagas superou nossas expectativas.

Os participantes se mostraram muito interessados e comprometidos em todas as atividades e avaliaram muito bem as oficinas e os palestrantes. A equipe do Programa também já realizou a análise crítica e posso ressaltar como pontos principais: a dedicação da equipe do Sesao para que fosse oferecido um espaço acolhedor, de escuta, mas também de provocação, que levasse as pessoas à reflexão; as parcerias internas e externas, tanto na logística dos encontros, como Dicom e Setro, quanto Didec, Dapes e Rio Previdência na figura dos palestrantes e na forma como estes trabalharam os temas, conseguindo engajar as pessoas.

É importante ressaltar que o Sesao tem enfrentado grandes desafios com o contingenciamento e a realização do Novos Caminhos teve um papel fundamental de nos (re)afirmarmos como um espaço de promoção de qualidade de vida no trabalho e de proporcionar uma (re)aproximação com os servidores, por meio da percepção de que, somente juntos, conseguiremos (re)construir tudo aquilo que o Sesao deve oferecer e que nós servidores temos direito em termos de Saúde e Segurança Ocupacional.

O pressuposto básico do Sesao, em todas as suas ações, é ser um lugar de acolhimento, de escuta e de reflexão. Acreditamos que Segurança e Saúde Ocupacional são de responsabilidade da instituição, mas só fazem sentido quando são construídos e compartilhados por toda a força de trabalho. E é esse viés de trabalho coletivo e comprometido que buscamos em todas as nossas atividades.

O programa acontecerá novamente no ano que vem?

Nossa ideia é que sejam lançadas novas turmas do Programa Novos Caminhos todos os anos. Um ponto de melhoria que levantamos foi a inclusão de novos temas, uma demanda inclusive dos próprios participantes.

Contudo, ficar "fora" das áreas de trabalho por três dias é um grande desafio enfrentado. Assim, estamos tentando organizar encontros extras, com temas como "reforma de previdência", "construção de planos de ação", "resgate histórico de meu trabalho no Inmetro", que servirão, inclusive, para acompanhamento das pessoas que já participaram das oficinas principais. Não queremos perder as relações que se formaram no processo.

Os interessados em participar no próximo ano devem procurar o Sesao. Já estamos recebendo demandas, pois muitos participantes perceberam a importância do Programa e divulgaram para os colegas. Alguns até cobraram e brigaram para que eles participem! Isso tem sido muito gratificante para nós, pois mostra que nosso esforço tem valido a pena.

Em linhas gerais, quais são os principais receios que as pessoas demonstraram em relação à aposentadoria?

O trabalho ocupa um lugar central na organização de nossas vidas e pensar em como será a nova rotina, o distanciamento dos colegas de trabalho, além da questão financeira, são pontos sempre citados nos debates. Atualmente também surgem dúvidas sobre as possíveis mudanças na legislação e os impactos que estas podem causar.

Outro aspecto muito forte é que os servidores desses grupos participaram da construção do Inmetro e se preocupam com o conhecimento tanto técnico quanto histórico que adquiriram e gostariam que não se perdesse. O Programa deixa claro a importância de valorizarmos essas pessoas e o legado que possuem para o Inmetro.

Para mim, o mais importante é uma mudança de paradigma, pois geralmente são pessoas preocupadas com os resultados, com normas e com o outro e o Novos Caminhos planta a semente da importância de se voltar o olhar para si. Perceber aquilo que construí ao longo do caminho, mas na perspectiva de quem quero ser quando puder ocupar o lugar central de minha vida.