Edição 7 - novembro de 2017

DNA de qualidade

 

Em novembro, organizações do mundo inteiro comemoram o Dia Mundial da Qualidade. A data, 14 de novembro, tem sido utilizada como um momento de reflexão sobre um tema que implica em práticas que distinguem as organizações de mais ou menos sucesso. No Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, o tema está associado às atividades do Sistema de Gestão da Qualidade do Inmetro (SGQI), implantado há quase duas décadas e que tem passado por uma série de mudanças.

As atividades de governança do SGQI estão sobe a responsabilidade do Gabinete da Presidência, gerenciado por Paulo Gomes da Silva, e a ouvidora do Inmetro, Marcia A. Almeida, atualmente, acumula a função de gestora dos processos de governança do sistema.

Este ano, o time de gestores da qualidade (GQ) foi recomposto com a indicação formal de dois servidores (titular e substituto) para atuar nas suas respectivas UP. Marcia esclarece que, ainda que tenha havido a extinção da Divisão de Gestão da Qualidade (Digeq) em 2015, as atividades de governança do Sistema nunca deixaram de integrar o grupo de atribuições regimentais do Gabinete do Presidente. “As atividades foram mais afetadas pela redução do número de colaboradores, que integravam as equipes dedicadas à gestão da qualidade nas UP, do que pelo fim da Digeq”, explicou.

Os GQ são os guardiões dos processos de controle da qualidade nas UP e devem atuar junto ao corpo técnico em atividades como a criação e a revisão dos padrões da qualidade da UP, o controle do padrão da qualidade documental e o trâmite para publicação no Sidoq, a preparação da documentação para análise crítica dos processos controlados pelo sistema, entre outras. Eles não são, no entanto, os únicos responsáveis pela qualidade em sua UP. “Sistemas de gestão não se sustentam sem liderança e envolvimento das pessoas. O sistema pertence ao líder e dele deve partir as diretrizes que vão orientar a implementação das práticas de gestão nas áreas técnicas”, sintetizou Marcia A. Almeida.

Para a gestora dos processos de governança do SGQI, faz parte das atividades da liderança requerer das equipes a definição do que fazem (identificação e mapeamento de processos), como fazem (desenho e padronização dos processos), para quem fazem (definição de clientes internos e externos), como medem e avaliam se os resultados são satisfatórios (indicadores e metas) e como agem para corrigir e melhorar. “Tem uma frase assustadoramente recorrente ouvida e relatada pelos GQ/UP que é a seguinte: ‘ou eu trabalho, ou faço gestão da qualidade!’. Essa frase sinaliza o tamanho do nosso desafio. O empenho dos QG em fazer com que todos compreendam que o atendimento aos requisitos da qualidade não é um segundo trabalho e, sim, o ‘modo’ como o meu trabalho deve ser feito, se traduz num esforço que, sem o apoio das lideranças das UP não evolui na medida que o sistema precisa”, afirmou.

O chefe de Gabinete da Presidência do Inmetro, Paulo Gomes da Silva, reforça que um Sistema de Gestão da Qualidade que se emprenha no exercício do PDCA propicia estabilidade para a gestão, assegurando que decisões possam ser tomadas baseadas em fatos e dados, o que facilita o planejamento e a busca de resultados que a instituição pode alcançar. “Para chegarmos ao controle (medição), precisamos planejar e implementar o planejado, para só assim controlar e agir para a melhoria contínua, completando, assim, o ciclo que nos permite, verdadeiramente, gerenciar. E nossa expectativa é propiciar, por meio de um SGQI fortalecido, ferramentas que auxiliem as lideranças do Inmetro a, verdadeiramente, gerenciar”, disse.

Para isso, de acordo com Paulo Gomes, serão viabilizados, em 2018, treinamentos nas normas ISO (9001 e 19011), necessários à adequação do sistema e à retomada das auditorias internas. Também foi definido que as atividades de governança do SGQI permanecerão vinculadas ao Gabinete da Presidência, porém mantendo-se articuladas com os processos de gestão de riscos e compliance. Está, ainda, sendo discutida a possibilidade de ser criada, novamente, uma UO no Gabin para cuidar dessas ações, mas, independente disso, os processos de governança já estão sendo encaminhados. “Assim que as UP entregarem o resultado da análise crítica referente ao ano de 2017, o Gabin estará apto a preparar a análise crítica do SGQI, a ser conduzida pelo Presidente”, afirmou o chefe de Gabinete.

Além do alinhamento do SGQI à revisão 2015 da ISO 9001 e da formação continuada dos gestores da qualidade, também são prioridades para o próximo ano a retomada das atividades de rotina da gestão da qualidade nas UP (revisão documental, reuniões anuais de análise crítica, auditorias internas, tratamento de não conformidades e atualização do mapa de processos) e a discussão sobre a automação dos processos de governança, considerando que os sistemas informatizados atuais (Sidoq e Orquestra P-90) não atendem a dinâmica desses processos.

Para Marcia A. Almeida, todo esse movimento tem por tem por finalidade maior resgatar a cultura da qualidade no Inmetro. “Somos percebidos como uma instituição de ponta nesse tema, devido aos diversos prêmios de gestão que já recebemos. São recorrentes os convites para compartilhar nossa expertise”, disse.

A avaliação do chefe de Gabinete não é diferente. Ele destaca a satisfação que tem tido ao encontrar servidores “com vontade de fazer” e o reconhecimento que o instituto tem perante outros órgãos. “O Inmetro é referenciado país a fora como a “casa da qualidade” e esse é um ativo intangível que não podemos perder”, declarou.