Edição 6 - outubro de 2017
3 perguntas para
MARCELO ALMEIDA, da Dimci
Como funciona o Programa de Ensaio de Proficiência da Água? Quantos laboratórios participam e que tipo de análise é feita?
O Programa de Ensaio de Proficiência (PEP) de Água é um dos 16 PEP operados pelo Grupo de Trabalho de Programas de Ensaios de Proficiência – GT-PEP, uma unidade da Dimci que organiza ensaios de proficiência que atendem aos requisitos da norma ABNT NBR ISO/IEC 17043.
No PEP de água, realizado pelo Laboratório de Análise Inorgânica (Dimci/Dimqt/Labin), já foram concluídos seis ensaios de proficiência - ou rodadas, como é dito no jargão técnico. A partir da terceira, o ensaio passou a ser realizado com água mineral. Atualmente, estamos realizando a 7ª rodada do Programa. Para cada uma, é feito um planejamento e, a partir dele, é preparado um protocolo com todas as informações necessárias aos participantes. Este protocolo é divulgado e os laboratórios se inscrevem no programa. O número de participantes evoluiu de 7, na primeira rodada, para 63, na sétima. A prioridade é para os laboratórios acreditados pelo Inmetro na análise de água.
Nas três últimas rodadas o focos dos ensaios foi a medição de contaminantes inorgânicos, como arsênio, chumbo e cádmio, em frações mássicas cada vez mais baixas, próximas às exigidas pelas normas de qualidade de água. Nós preparamos o item de ensaio com água mineral e adicionamos os elementos que queremos avaliar. A água com os contaminantes é homogeneizada e acondicionada em frascos contendo a mesma quantidade da amostra. Em seguida, analisamos um determinado número de frascos para verificar se correu tudo como programado. Temos que garantir que o lote é homogêneo, com todas as amostras iguais. Também fazemos testes de estabilidade de curta duração, simulando o transporte, para que as amostras cheguem aos laboratórios da mesma forma em que saíram daqui, e de estabilidade de longa duração, para garantir que as amostras se mantenham estáveis desde o preparo dos itens até o envio dos resultados das análises pelos participantes.
Nós comparamos os resultados dos laboratórios utilizando métricas de ensaios de proficiência e fazemos um relatório sobre os resultados. O relatório é publicado no site do Inmetro, mas como os laboratórios não são identificados por nome e sim por um código, cada um só tem acesso ao seu próprio resultado.
Quais os benefícios, para os laboratórios e para a sociedade, da realização de ensaios de proficiência?
Mais do que cobrar ou penalizar, o objetivo é que, a partir dos resultados, os laboratórios façam análises críticas para aprimorar suas medições e aumentar a qualidade dos resultados. É uma oportunidade de comparar o desempenho com o de outros laboratórios semelhantes e de implementar ações preventivas para melhoria de procedimentos.
No fim da linha, a sociedade se beneficia quando a indústria consegue medir com mais exatidão os contaminantes da água, garantindo que as incertezas de medição sejam cada vez mais baixas.
Há alguma previsão de realização de outros ensaios de proficiência pelo laboratório?
Nós queremos abordar novas matrizes com o tema de alimentos, especialmente leite em pó, que a Anvisa está regulamentando em relação a contaminantes. Mas, por enquanto, ainda é um plano.