Edição 5 - setembro de 2017
3 perguntas para
Leonardo Souza, da Dimel
Qual o escopo de atuação do Setor de Medição de Massa?
O Setor de Medição de Massa é responsável pela aprovação de modelo de balanças e pela rastreabilidade dos padrões de massa da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade (RBMLQ-I).
As balanças são o instrumento de medição com a maior demanda e representam mais de 40% das aprovações de modelo da Dimel. Estamos falando de um número superior a um milhão de balanças instaladas no País e cada modelo, para ser colocado no mercado, tem que passar pela nossa aprovação.
Além da atividade de aprovação de modelo em si, quando necessário, a gente atua prestando uma espécie de consultoria técnica para outras divisões da Dimel, como a de supervisão metrológica e a de regulamentação técnica.
Quanto à calibração das massas, do peso-padrão, nós fazemos tanto aqui em Xerém, no nosso laboratório, como de forma itinerante, nos Estados, com um caminhão equipado com um laboratório móvel.
Quais os principais desafios para o Setor nos próximos meses?
O primeiro é em relação a balanças rodoviárias dinâmicas, que fazem o controle de excesso de carga dos veículos que passam nas estradas. É um instrumento que foi regulamentado há relativamente pouco tempo e estamos agora colocando um treinamento para a Rede para rodar. É um desafio grande, pelo tipo de instrumento e pela ramificação do trabalho.
Outro grande desafio é a revisão, que está sendo finalizada, do regulamento de balança estática. É a balança mais comum, que está na padaria, no açougue, nos consultórios. Este regulamento está há um tempo em revisão e, depois de atualizado, vamos passar pra etapa de treinamento da rede e, talvez, até treinamento de fabricantes. Ele terá uma mudança grande, com a implementação dos requisitos de softwares.
Como o Setor atua no enfrentamento à importação irregular e à falsificação de instrumentos de medição?
De modo geral, temos atuado como consultores técnicos junto à Divisão de Supervisão em Metrologia Legal (Disme), para combater essa prática.
São duas situações distintas. As balanças falsificadas a gente consegue pegar por algumas características, alguns detalhes. Quando o instrumento é aprovado ele tem que trazer inscrições obrigatórias, cumprir requisitos dispostos no regulamento, que muitas vezes a falsificada não atende. É quase um jogo de sete erros. A gente compara uma balança aprovada com a possível falsificada e vê o que tem ou não tem, a partir da portaria de aprovação de modelo.
A questão da importação irregular é uma tarefa um pouco mais difícil, porque a responsabilidade de não deixar esses instrumentos entrarem no País é um trabalho da alfândega, a gente atua quando é solicitado.
O que acontece é que, de acordo com o regulamento, a balança só tem que ter modelo aprovado e obedecer ao controle metrológico legal dependendo de sua aplicação. As balanças de uso doméstico, por exemplo, são instrumentos que não estão cobertos por nosso regulamento, eles podem entrar livremente, sem passar pelo Inmetro. Alguns importadores estão se valendo disso e trazendo instrumentos que deveriam passar por nossa avaliação como se não fossem cobertos pelo regulamento.