Edição 2 - março de 2017
3 perguntas para
Marcos Trevisan, da Dimel
Acompanhar a velocidade das mudanças das novas tecnologias para garantir medições seguras não é tarefa fácil. Nesta entrevista, o servidor da Dimel, Marcos Trevisan, fala sobre o trabalho realizado pelo Setor de Instrumentação, Software e Hardware.
Quais as atribuições do Setor de Instrumentação, Software e Hardware?
O setor é responsável pela parte de software e hardware de instrumentos regulamentados pela metrologia legal, estabelecendo requisitos de segurança e fazendo avaliação de modelo. São instrumentos como bombas medidoras de combustível, medidores de energia elétrica, medidores de velocidade automotivos (radares), mototaxímetros, entre outros. O trabalho é transversal, atendendo todas as divisões e setores da Dimel e a RBMLQ-I.
Também temos equipe especializada em combate a fraudes em bombas de combustíveis. O Brasil é muito grande e precisamos disseminar conhecimento à RBMLQ-I.
Como acompanhar as mudanças tão rápidas que acontecem nas novas tecnologias, para dar soluções satisfatórias à indústria e à sociedade?
Nós ficamos bastante próximos dos setores que trabalham com os instrumentos. Por semana temos várias reuniões com representantes da indústria no Inmetro. Estar continuamente em contato, para conhecer a demanda, as características dos instrumentos e avaliá-los, é uma maneira de nos mantermos sempre atualizados.
Quais os principais desafios para o Sinst nesse momento?
Para fazer valer os regulamentos de medidores de combustíveis e de radares, o nosso principal desafio, hoje, é a implementação de infraestrutura de chaves públicas. É como um “cartório digital”, que usa a criptografia para garantir a origem dos dados. Isso é especialmente importante para instrumentos conectados em rede, uma tendência da internet das coisas.
É uma forma de ter certeza que, quando recebemos um dado, ele realmente vem de determinado instrumento, já que ele irá trafegar com segurança por canais inclusive inseguros. Por exemplo, na emissão de uma multa por excesso de velocidade, teremos ainda mais confiança de que a velocidade corresponde àquela do veículo que foi fotografado.
Essa é uma solução padrão para a identificação digital eletrônica de pessoas e empresas, mas a aplicação em metrologia legal e na internet das coisas é inovadora. Não tenho notícia de que isso aconteça, nesta escala, no mundo.